quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O futuro pede por pessoas bilíngues! você está preparado?




Dominando uma segunda língua


P

rofissionais que precisam dominar outros idiomas alertam para a importância do estudo de línguas estrangeiras na conquista do mercado de trabalho

Guilherme Arêas
*Colaboração
19/03/2007

Elaborar um bom currículo está cada vez mais difícil. A crescente necessidade de especialização, o rigor nos processos seletivos e o número de concorrentes fazem o candidato a um emprego suar a camisa para conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho. Além dessas dificuldades, a exigência de um segundo idioma é cada vez mais presente na seleção de profissionais.

Com a globalização, o crescimento das exportações brasileiras é evidente. O país ganha lugar de destaque no comércio mundial e, com isso, a relação entre empresários brasileiros e o resto do mundo é imprescindível. E é exatamente nessas horas que o profissional que domina um outro idioma ganha seu espaço.

Apesar disso, alguns especialistas alertam: o inglês já virou um domínio comum. Com 20 anos de experiência na área educacional e lidando diariamente com vestibulandos em um cursinho de Juiz de Fora, a pedagoga e psicóloga, Eliana Balena afirma que o candidato já não pode se considerar acima dos demais só por ter o curso de inglês. "Então o domínio de outro idioma como o alemão, o francês ou até mesmo o mandarim, haja vista a expansão da China, seria vantajoso para qualquer pessoa", conclui a pedagoga. Eliana defende ainda que, para se conseguir uma boa qualificação, o profissional deve levar em consideração outros aspectos importantes, além do conhecimento de línguas estrangeiras como dominar a tecnologia relacionada à sua área de atuação, valorizar as suas qualidades pessoais, saber trabalhar em grupo, tolerar as frustrações e ser criativo e ainda desenvolver uma rede social: é o modo como você já começa a se colocar no mundo do trabalho desde o tempo de preparação para o mercado.

"Eu preciso falar mesmo outra língua?"

"Falar e dominar um idioma além do seu é muito bom, mas cada um tem que a nalisar isso em diversos aspectos". Essa é a opinião da consultora em Recursos Humanos, Rogéria Ghedin . Ela defende que se uma pessoa comum for viajar hoje pelo mundo globalizado, ela não precisa dominar um idioma, porque existem outras formas de se comunicar. Mas, quando a viagem é a trabalho em uma grande empresa ou a estudo, a segunda língua é exigência.

"Além disso, tem o aspecto humano. Hoje cobra-se tanto das pessoas, que os educadores reconhecem que o tempo está cada vez mais curto e, por isso, há a necessidade de se filtrar aquilo que realmente é somatório para o que você escolheu. Se no seu projeto de vida não estiver a necessidade de domínio de língua estrangeira, não há porquê forçar a barra. Por que perder tempo se aquilo não faz parte da sua escolha de vida?", argumenta Rogéria.

A consultora avalia que, em Juiz de Fora, o mercado de trabalho ainda é muito informal e, por isso, não é possível fazer um levantamento geral de como as empresas lidam com a questão de exigirem um segundo idioma de seus candidatos.

Casos de sucesso

Aproveitar as oportunidades e saber lidar com os conhecimentos adquiridos, pode ser a chave de uma carreira bem-sucedida. Foi o que aconteceu com Bernardo Calderano .

Aos 27 anos, tendo vivido um deles no exterior, Bernardo atualmente trabalha como operador bilíngüe na maior empresa de telecomunicações do Brasil. O processo de seleção para o emprego contou com prova escrita, listening e entrevista; tudo em inglês. Agora Bernardo pretende utilizar a experiência no exterior, além dos seis anos de curso de inglês em Juiz de Fora, para atuar em outras áreas.

Esse caminho foi seguido por Thaís Moreira de Souza. A juizforana também começou sua carreira na mesma empresa de telecomunicações como operadora bilíngüe. Depois de oito anos estudando a língua inglesa, Thaís passou em todas as provas da Universidade de Cambridge, além de fazer intercâmbio na Inglaterra. Após perceber que muitas chamadas na empresa eram recebidas em espanhol, ela resolveu investir mais uma vez nos estudos . Atualmente, Thaís viaja em cruzeiros a bordo do navio Island Escape, fazendo a ligação entre a embarcação e os portos onde atraca.

O segredo de tanto sucesso, Thaís não hesita em contar: "Posso afirmar, com certeza, que o domínio desses idiomas foi fundamental para minha carreira".

De olho no futuro

Reinaldo de Paula Brugiolo sentiu na pele os prejuízos de não dominar a língua inglesa. Em dois processos de seleção para empresas multinacionais, o estudante do 5º período de administração parou nas etapas finais. Os candidatos que continuaram? Aqueles que dominavam pelo menos o inglês e tinham alguma experiência com a língua no exterior. "Agora eu tenho a prioridade de voltar a fazer um curso de inglês", planeja Reinaldo.

Para os profissionais que, por diversos motivos, ainda não partiram para a busca do conhecimento de um segundo idioma, a dica é não desistir. Nunca é tarde para aprender. Além disso, o mercado vê com bons olhos as pessoas que se esforçam para corrigir suas possíveis falhas.

*Guilherme Arêas é estudante de Jornalismo da UFJF.
A matéria foi realizada como atividade do processo de seleção
para estágio no Portal ACESSA.com

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